As povoações da Freguesia de São Miguel de Poiares pertenceram, nos primeiros tempos da nacionalidade, ao Mosteiro de Lorvão e, mais tarde, à Universidade de Coimbra, a qual administrava o uso da água, que jorrava com grande abundância, da Fonte da Fraga, situada no sopé de um monte sobranceiro, com o mesmo nome. No monte da Fraga existe uma pequena gruta num grande penedo, no qual, segundo a lenda, viveu um mouro com a sua família, daqui derivando o nome do Penedo Mouro, pelo qual ficou conhecido o aglomerado calcário que deu origem à mencionada gruta.
É na ribeira da fonte da Fraga que podemos encontrar o complexo turístico da Fraga com as suas piscinas, um dos maiores encantos desta localidade.
Do acervo patrimonial desta Freguesia destacam-se a Igreja Paroquial de São Miguel de Poiares, datada de 1742, a qual foi fortemente atingida em 1755 pelo terramoto que destruiu a cidade de Lisboa. Crê-se que a mesma foi construída sobre os restos de uma capela antiquíssima, tendo-se como testemunhos dessa forte suposição a existência de vasos de estanho antigos, com forma rudimentar, e grande quantidade de azulejos de tipo “moçárabe”.
É ainda de destacar a Capela de Santo António, erigida pelo povo sob iniciativa de um célebre clérigo local, Monsenhor Matos.
Na vizinha povoação de Alveite Grande existe uma capela dedicada a São Tiago de Compostela, dizendo-se que tal facto se deve à instalação ali, em tempos imemoráveis, de uma colónia de Galegos, talvez oriundos de São Tiago de Compostela, os quais trouxeram consigo o Santo da sua devoção.
Até alguns anos atrás, a povoação da Freguesia dedicava-se à exploração agrícola e da floresta, destacando-se a extração de resina e a apanha da azeitona e a sua transformação. Foi também florescente a indústria, de tipo artesanal, de cal parda, destinada à construção civil e à fertilização das terras de cultivo. Destaca-se, ainda, a feitura de mós, construídas de blocos de arenito extraídos das Serras de São Pedro Dias, Alveite Grande e Olho Marinho. Sendo o seu principal pólo este último lugar. Destinavam-se a azenhas, lagares de azeite e à indústria do vidro.
O artesanato da Freguesia foi (e ainda é) uma das atividades mais significativas, das quais se destacam as peças de barro preto. É deste famoso barro que se fabricam os tradicionais caçoilos utilizados para a confeção da chanfana.
Pode-se encontrar um complemento desta nossa história no site da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares.